Balança comercial brasileira registra superávit recorde em 2022
De acordo com os dados divulgados pela Secretaria do Comércio Exterior, a balança comercial brasileira registrou superávit recorde em 2022, fechando o ano com um saldo de US$ 62,3 bilhões, 1,5% a mais que em 2021.
Esse foi o melhor resultado historicamente, superando o recorde anterior de US$ 61,406 bilhões no ano de 2021.
Como funciona o saldo da balança comercial
O saldo da balança comercial é formado pelo resultado da diferença entre as exportações e importações.
O saldo é considerado positivo quando os valores das exportações são maiores que os das importações, havendo assim um superávit.
As exportações de 2022 alcançaram o total de US$ 335 bilhões, o maior valor da série histórica, registrando um crescimento de 19,3% na média diária exportada em relação a 2021. Além disso, o preço dos bens exportados se expandiu em 13,6% e o volume embarcado aumentou 5,5%.
Da mesma maneira, as importações também apresentaram o maior valor histórico ao somarem US$ 272,7 bilhões, um aumento de 24,3% em relação a 2021.
A corrente de comércio – soma das exportações e importações – apresentou expansão de 21,5%, somando US$ 607,7 bilhões.
Agora, quais foram os setores que mais cresceram em 2022? Vamos entender um pouco mais sobre o que gerou esse resultado das importações e exportações do último ano!
Exportações em 2022
Os principais setores destaques nas exportações da balança comercial brasileira em 2022 foram a Agropecuária e a Indústria da Transformação. O setor Agropecuário apresentou aumento no valor das exportações de 36,1%, já a Indústria de Transformação, apresentou aumento do valor exportado de 26,2%.
Quando se fala nos destinos das exportações, houve um crescimento em valor para os principais parceiros comerciais do nosso país em 2022, sendo eles: China, União Europeia e Argentina. Além disso, o aumento de preços aconteceu para todos os destinos. Vale destacar também que os volumes exportados para China, principalmente para os pequenos embarques de minério de ferro e soja, foram reduzidos.
Principais produtos exportados pelo Brasil em 2022 em valor:
- Soja (valor total exportado de US$ 46,7 bi);
- Óleos brutos de petróleo (US$ 42,7 bi);
- Minério de ferro e seus concentrados (US$ 28,9 bi);
- Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (US$ 13 bi);
- Milho não moído, exceto milho doce (US$ 12,3 bi);
- Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (US$ 11,8 bi);
- Açúcares e melaços (US$ 11,3 bi);
- Farelos de soja e outros alimentos para animais (US$ 10,9 bi);
- Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas (US$ 8,9 bi);
- Café não torrado (US$ 8,5 bi).
Esses foram os dez bens responsáveis por mais de 50% do valor total exportado pelo Brasil no ano de 2022.
Importações em 2022
Quando se fala nas importações, o conflito no leste europeu trouxe desequilíbrios para o mercado de fertilizantes, o que acabou aumentando os valores da cotação internacional desses produtos e deixou um cenário de incertezas sobre seu fornecimento. Além disso, o conflito também impactou o preço do trigo e também de commodities energéticas, como petróleo, combustíveis e gás natural, produtos importantes no balanço de importações do Brasil.
Mesmo assim, houve um aumento do valor importado em todas as categorias de 2022 com relação a 2021. Os principais parceiros fornecedores de bens para o Brasil foram: China, União Europeia, Estados Unidos e Argentina. Todas essas origens sofreram o aumento no valor de importação, assim como todas tiveram os preços de importações aumentados em relação ao ano de 2021.
Principais produtos importados pelo Brasil em 2022 em valor:
- Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (US$ 24,8 bi);
- Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (US$ 23,6 bi);
- Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores (US$ 11,5 bi);
- Compostos organo-inorgânicos (US$ 9,9 bi);
- Partes e acessórios dos veículos automotivos (US$ 7,6 bi);
- Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários (US$ 7,1 bi); Inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento para plantas, desinfetantes e semelhantes (US$ 6,9 bi);
- Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios (US$ 6,6 bi);
- Motores e máquinas não elétricos, e suas partes (exceto motores de pistão e geradores) (US$ 5,7 bi).
Esses foram os produtos responsáveis por mais de 40% do valor total importado pelo Brasil em 2022.
Expectativas para 2023
De acordo com a quarta previsão para 2022, divulgada em outubro, a estimativa era de que as exportações alcançariam US$ 330,3 bilhões com crescimento de 17,6%, e as importações US$ 274,9 bilhões com aumento de 25,3%. Em consequência, o saldo comercial seria de US$ 55,4 bilhões e a corrente de comércio, de US$ 605,2 bilhões.
Porém, as previsões não acertaram. Em 2022, o saldo comercial realizado foi superior ao previsto e isso é explicado pelo maior crescimento das importações e menor crescimento das importações em relação aos valores estimados.
Quando se trata do ano atual, a primeira previsão para será divulgada em fevereiro, assim que os primeiros resultados do comércio exterior do ano de 2023 (referente a janeiro) forem apresentados.
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